Leão XIV aos bispos: sejam homens de comunhão e de unidade, sem excluir ninguém

Em discurso no Jubileu dos Bispos, o Pontífice descreveu traços indispensáveis na vida do Pastor, que deve ser um homem de fé, de unidade, de esperança, de vida teologal e de caridade pastoral, num testemunho caracterizado por: “prudência pastoral, pobreza, continência perfeita no celibato e virtudes humanas”. O Papa exortou que sejam homens de comunhão para ajudar as comunidades: que tenham “coração aberto e acolhedor, assim como a sua casa”.

A quarta-feira (25/06) de agenda cheia de compromissos para o Papa Leão também foi de encontrar os cerca de 400 bispos que participam do Jubileu. O grupo, após a peregrinação à Porta Santa da Basílica de São Pedro, participou de uma missa e depois ouviu o discurso do Pontífice, que começou agradecendo o empenho de todos em vir “como peregrinos a Roma” para se deixar “renovar profundamente” por Cristo e o “seu mistério de amor”. Em seguida, Leão XIV se deteve a descrever traços que devem ser seguidos pelos bispos, Pastores que são exemplo pela palavra e pelo testemunho, que às vezes devem “ir contracorrente” para “proclamar que a esperança não engana” porque não vêm de nós, mas de Deus.

O Jubileu dos Bispos termina nesta quinta-feira (26/06)

O Jubileu dos Bispos termina nesta quinta-feira (26/06)

O traços que caracterizam os bispos

O Pastor, reforçou o Papa, “é testemunha de esperança com o exemplo de uma vida firmemente ancorada em Deus e totalmente entregue ao serviço da Igreja”. E esse testemunho, explicou Leão, é caracterizado por alguns traços.

Primeiramente, “o bispo é o princípio visível de unidade na Igreja particular que lhe foi confiada” tendo como dever “zelar pela sua construção na comunhão entre todos os seus membros e com a Igreja universal, valorizando o contributo dos vários dons e ministérios para o crescimento comum e a difusão do Evangelho”. O bispo, considerando a sua vida de Pastor, é um “homem de vida teologal. O que equivale a dizer: um homem plenamente dócil à ação do Espírito Santo”.

Com a intercessão do Espírito Santo, o bispo também “é um homem de fé”, continuou o Pontífice, “aquele que, pela graça de Deus, vê mais além, vê a meta e se mantém firme na provação”, assim como fez Moisés que, “chamado por Deus a conduzir o povo à terra prometida, «manteve-se firme». Nessa mesma perspectiva, “o bispo é um homem de esperança”:

“Sobretudo quando o caminho do povo se torna mais penoso, o Pastor, pela virtude teologal, ajuda-o a não desesperar: não apenas com palavras, mas com a sua proximidade. Quando as famílias carregam fardos excessivos e as instituições públicas não as apoiam adequadamente; quando os jovens se sentem desiludidos e nauseados por mensagens ilusórias; quando os idosos e os deficientes graves se sentem abandonados, o Bispo está próximo e oferece não receitas, mas a experiência de comunidades que procuram viver o Evangelho na simplicidade e na partilha.”

Assim, a fé e a esperança do bispo se fundem nele “como homem de caridade pastoral”. Uma vida e um ministério, “tão diversificado e multiforme”, que encontra a sua unidade “na pregação, na visita às comunidades, na escuta dos presbíteros e dos diáconos, nas escolhas administrativas”, assim como dando “exemplo de amor fraterno” aos bispos próximos, aos colaboradores e sacerdotes em dificuldade ou doentes: “o seu coração é aberto e acolhedor, assim como a sua casa”.

O discurso do Papa foi proferido a cerca de 300 bispos na Basílica de São Pedro

O discurso do Papa foi proferido a cerca de 300 bispos na Basílica de São Pedro

As virtudes indispensáveis na vida do Pastor

Após abordar os traços caracterizados pelo “núcleo teológico da vida do Pastor”, Leão XIV citou “outras virtudes indispensáveis: a prudência pastoral, a pobreza, a continência perfeita no celibato e as virtudes humanas”. A prudência pastoral, começou explicando o Pontífice, “é a sabedoria prática que guia o bispo nas suas escolhas, nas ações de governo, nas relações com os fiéis e as suas associações. Um sinal claro de prudência é o exercício do diálogo como estilo e método nas relações e também na presidência dos organismos de participação, ou seja, na gestão da sinodalidade na Igreja particular”, como sempre insistiu o Papa Francisco. Outra virtude do bispo é viver “a pobreza evangélica”:

“Tem um estilo simples, sóbrio, generoso, digno e ao mesmo tempo adequado às condições da maioria do seu povo. Os pobres devem encontrar nele um pai e um irmão, não devem sentir-se desconfortáveis ao encontrá-lo ou ao entrar em sua casa. Ele é pessoalmente desapegado das riquezas e não cede a favoritismos com base nelas ou noutras formas de poder.”

Juntamente com a pobreza concreta, continuou Leão XIV, o bispo também vive “aquela forma de pobreza que é o celibato e a virgindade por causa do Reino dos Céus”:

“Não se trata apenas de ser celibatário, mas de praticar a castidade de coração e de conduta, vivendo assim o seguimento de Cristo e oferecendo a todos a verdadeira imagem da Igreja, santa e casta nos seus membros como na sua cabeça. Deve ser firme e decidido no tratamento das situações que possam dar origem a escândalos e de todo o tipo de abuso, especialmente contra menores, respeitando as disposições em vigor.”

O Pastor também é chamado a cultivar outras virtudes humanas que ajudam o bispo no seu ministério e nas suas relações, disse ainda o Papa: “a lealdade, a sinceridade, a magnanimidade, a abertura da mente e do coração, a capacidade de se alegrar com os que se alegram e de sofrer com os que sofrem; e também o domínio de si, a delicadeza, a paciência, a discrição, a grande inclinação para a escuta e o diálogo e a disponibilidade para o serviço”. E antes da bênção final e dos cerca de 400 bispos renovarem a sua profissão de fé, o Papa exortou a todos que sejam homens de comunhão e de unidade para ajudar as comunidades:

“Caríssimos, a intercessão da Virgem Maria e dos Santos Pedro e Paulo obtenha para vós e para as vossas comunidades as graças de que mais necessitais. Em particular, vos ajude a ser homens de comunhão, a promover sempre a unidade no presbitério diocesano, e que cada presbítero, sem excluir ninguém, experimente a paternidade, a fraternidade e a amizade do Bispo. Este espírito de comunhão encoraja os presbíteros no seu empenho pastoral e faz crescer a Igreja particular na unidade.”

Fonte da notícia:

VATICAN NEWS

Talvez você goste!

RENATO ARAGÃO RECEBE TÍTULO DE EMBAIXADOR DO CRISTO REDENTOR EM CERIMÔ...
IGREJA EM SÃO PAULO É A PRIMEIRA DO MUNDO DEDICADA A SÃO CARLO ACUTIS,...
PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO REALIZA FESTA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE EM TR...
CARLO ACUTIS SERÁ DECLARADO SANTO PELA IGREJA CATÓLICA NESTE DOMINGO
DOM JÚLIO ENDI AKAMINE ASSUME COMO NOVO ARCEBISPO DE BELÉM (PA)
VALENÇA COMEMORA A 189ª FESTA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA COM EXTENSA A...

FAÇA SEU LOGIN

Faça seu login e veja a notícias do mundo católico 

OU

Notícias Favoritas

Nenhum veículo favorito ainda...

FAÇA SEU LOGIN

Faça seu login e veja a notícias do mundo católico 

OU

Notícias Favoritas

Nenhum veículo favorito ainda...

FAÇA SUA CONTA

Faça seu cadastro e veja a notícias do mundo católico 

Nome de Usuário*
E-mail*
Nome*
Sobrenome*
Senha*